quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Aumento de Professores à Distância até 2015

É cada vez maior a opção por licenciaturas a distância pelos universitários que serão os futuros professores da educação básica brasileira. Enquanto a taxa média de variação do número de concluintes na modalidade presencial foi negativa em 3,6% nos últimos cinco anos, com 161,3 mil titulados em 2010, o ritmo de crescimento da formação nos cursos online supera média anual de 60% no período. Em 2005, apenas 11 mil pessoas concluíram licenciaturas a distância. Em 2010, foram quase 72 mil.
Atualmente, os alunos e concluintes das licenciaturas a distância representam 30% do total das graduações de formação docente. Há cinco anos, esse quadro variava entre 5% e 8%. Considerando as mais de 6 milhões de matrículas de todo o ensino superior brasileiro, a fatia da modalidade de educação não presencial é de 15%. Se o comportamento das matrículas e conclusões do ensino superior a distância mantiver esse avanço nos próximos anos, em 2015 o Brasil terá mais professores diplomados em licenciaturas online do que nos tradicionais cursos presenciais.
Ou seja, a maior parte das futuras safras de professores responsáveis pelo ensino das crianças e jovens carregará uma formação completamente nova e, ao mesmo tempo, controversa. Está em curso intenso debate sobre a acelerada expansão da formação a distância. Para críticos, na comparação com a graduação tradicional, o modo distância é menos eficaz em termos pedagógicos, ainda tem frágeis mecanismos de avaliação e regulação por parte do Ministério da Educação (MEC), e os acadêmicos envolvidos na preparação dos programas carecem de qualificação.
“Quem trabalha com formação está muito preocupado com esse boom, porque não temos dados claros sobre qualidade. Há um debate muito forte na área exigindo compromisso do MEC para que seja repensada a política de expansão desenfreada. Detectamos problemas nos estágios, de adequação curricular e de avaliação”, comenta a professora Bernardete Gatti, da Fundação Carlos Chagas (FCC).
Para a pesquisadora, especializada em formação docente, maior acesso a livros e outros materiais didáticos e maior interação entre estudantes e professores são vantagens do ensino presencial. “Ninguém é contra o ensino a distância. Acontece que há um grande arsenal de conteúdo e tecnologia, mas que não é usado. Por exemplo: as instituições não dispõem de equipes suficientemente adequadas para o desenvolvimento dos cursos.”
Por se tratar de programas essencialmente teóricos, Fredric Michael Litto, presidente da Associação de Educação a Distância (Abed), explica que as licenciaturas se adaptam muito bem à modalidade não presencial. “Também há recursos semi-presenciais e as tutorias para a parte prática. Um curso remoto atrai o aluno, pois é conveniente. Na internet o aluno é exigido a estudar sempre, no fim de semana, no feriado”, diz Litto. Ele argumenta que as críticas sobre a qualidade são “generalizações sem evidência”. “Inverto a pergunta: “Como está a qualidade no presencial?” A grande demanda da educação a distância veio tapar o buraco dos cursos tradicionais.”
Para João Valdir Alves de Souza, professor de sociologia da educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a explosão das licenciaturas a distância também está ligada a fatores socioeconômicos. “Atendem a um público que não é atendido por cursos presenciais em suas cidades. Ao mesmo tempo, as licenciaturas são os cursos mais baratos, portanto, os mais acessíveis para uma grande parcela da população. Avança no sentido de suprir quantitativamente a demanda por formação de professores, mas ainda está longe de supri-la do ponto de vista de qualidade”, argumenta Alves de Souza, reiterando que problemas de qualidade não são exclusivos do ensino a distância. “Escolas que se consolidaram bem na oferta presencial tendem a oferecer ensino a distância de boa qualidade e vice-versa.”
Formada em artes, a designer de joias Fernanda Cerqueira Leite trabalhou por 18 anos como professora de educação infantil e auxiliar pedagógica. Em 2006, decidiu se matricular num curso de pedagogia a distância para complementar sua formação. “Não tinha outra opção. Com filho pequeno e morando longe do trabalho era inviável ir para a faculdade todo dia.”
Ela conta que o programa é puxado e exige muita disciplina. “Se perder o prazo das atividades e não entregar os trabalhos não dá para tirar nota. É tudo muito rápido e isso é um ponto negativo, porque falta interação, tempo para se aprofundar em determinados temas. Na faculdade comum a turma de pedagogia fica um ou dois bimestres estudando didática. Nesse caso, o currículo do curso a distância deixou a desejar”, reclama Fernanda, que também cita o preconceito do mercado em relação a um profissional diplomado a distância. “Dão a vaga para o professor que estudou na USP, no presencial.”
O secretário de Ensino Superior do MEC, Luiz Cláudio Costa, diz que a forte procura pelas licenciaturas a distância, principalmente a partir de 2005, é explicada pelo esforço feito para formar professores que atuavam na educação básica sem diploma. “Portanto, estamos falando de um crescimento natural. Mas trabalhamos com a meta de que o profissional formado a distância ou presencialmente tenham as mesmas habilidades. O mesmo vale para a avaliação dos alunos e a nossa supervisão.”
Fonte

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

UM TUTOR PARA CHAMAR DE SEU

Um tutor para chamar de seu

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O crescimento da educação a distância trouxe à tona a discussão sobre o papel exercido pelos tutores, que acabam tão responsáveis pelo desempenho dos alunos no curso quanto pelo bom relacionamento deles com a instituição
Por Patrícia Pereira
Nos cursos de educação a distância, os tutores são peça-chave. Suas atividades, presenciais ou em ambientes virtuais, interligam os alunos às ferramentas colocadas à disposição pela instituição. Apesar disso, vivem um dilema: não sabem ao certo quais papéis devem desempenhar. Isso porque há vários modelos de cursos em EAD e, portanto, diversos sistemas de tutoria. A construção da identidade da tutoria foi tema de seminário promovido pela Associação Nacional dos Tutores da Educação a Distância (Anated), no início de outubro, no Rio de Janeiro.
Como na EAD há professores responsáveis pelo conteúdo das disciplinas e pela parte pedagógica, o tutor existe para exercer uma nova função: ser o facilitador do ensino – função essa que dá margem a diversas tarefas. Não há um padrão e cada instituição busca o modelo mais adequado a sua proposta pedagógica e até mesmo conforme o curso ofertado.
De acordo com Rita Maria Tarcia, professora da Unifesp e diretora da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), é possível identificar quatro modelos de tutoria. O primeiro é chamado de Semipresencial I, no qual o tutor exerce atividades a distância, por meio de fóruns e chats, além de atendimento presencial. O segundo é o Semipresencial II, também com atividades a distância, mas com atendimento presencial referente à tecnologia. O terceiro é chamado de bimodal, o qual mescla a tutoria a distância com encontros presenciais obrigatórios. O quarto seria a tutoria exclusivamente vir­tual. Para Rita, não há uma modalidade que possa ser eleita como a melhor. “O que deve haver é coerência pedagógica e um sistema que suporte o processo de acordo com o projeto de educação da instituição e do curso”, recomendou.
Estabelecer a identidade e responsabilidades do tutor foi a principal dificuldade apontada por Daniel Freitas, tutor do Consórcio Cederj no polo de Rio das Flores. “Como atendemos diretamente os alunos, eles acham que tudo é com a gente. Se a profissão fosse regulamentada, teríamos funções mais definidas”, disse Freitas.
Competências As inúmeras funções desempenhadas pelos tutores de EAD foram identificadas pela pesquisadora Lucíola Lima Pequeno, da Universidade de Fortaleza (Unifor). A partir do trabalho intitulado A importância do tutor na Educação a Distância, Lucíola percebeu que apesar de as atribuições do tutor não estarem muito bem definidas, há uma série de funções frequentemente identificadas como sendo do tutor. Entre essas atribuições, a pesquisa relaciona: mediação, facilitação, orientação, além de atividades que o consideram como um professor on-line.
Segundo Luis Gomes, presidente da Anated, os diversos papéis que os tutores desempenham nos cursos de EAD se apoiam em competências de três áreas: pedagógica, tecnológica e de gestão. Pedagógica por sanarem as dúvidas dos alunos relativas ao conteúdo das aulas; tecnológica por precisarem conhecer o funcionamento das plataformas de EAD; e de gestão porque  demandas administrativas chegam ao tutor.
A conclusão é fruto do trabalho da  Anated junto a tutores de todo o Brasil. “A associação busca mapear as funções daqueles que estão à frente do processo, a fim de reunir todas as experiências do país, incluindo os diferentes conceitos que se tem de EAD, e agrupar quais são as competências do tutor”, informou Gomes.
Um problema ocasionado pela falta de regulamentação é a baixa formação de profissionais para a atividade. Como no mercado de trabalho não há quantidade suficiente de tutores para contratação, são as próprias instituições que têm capacitado seus professores para atuarem como tutores.
É o caso da Universidade Estácio de Sá, que possui mais de 40 mil alunos nos cursos de EAD. De acordo com Paula Caleffi, reitora da Estácio, a capacitação é importante porque é preciso que os professores compreendam as diferentes plataformas de EAD. “Não basta o professor achar que vai reproduzir a sua metodologia presencial na modalidade de EAD”, destacou a reitora.
Luis Gomes revelou que a Anated trabalha para criar uma certificação em tutoria para balizar essa formação. “Hoje cada instituição capacita de acordo com suas necessidades, que às vezes é muito específica para determinado curso”, observou Gomes.
As características para o sucesso da tutoria on-line foram reunidas no trabalho O tutor no ambiente virtual de aprendizagem: competências e processos de desenvolvimento, apresentado por Marta Fernandes Garcia, tutora da Unesp e pesquisadora da Universidade de Campinas (Unicamp). Segundo ela, os tutores devem conhecer as ferramentas de ensino e serem capazes de ajudar os alunos a usá-las. Outra competência importante é a capacidade de estabelecer um bom relacionamento com os alunos que os motive a participar ativamente das atividades e permanecer no curso.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

QUALIDADE QUESTIONADA.....

Ensino a distância cresce rápido com qualidade questionada

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Segundo MEC, controle da abertura de cursos impede número maior de matrículas. Para especialistas, faltam investimentos no setor.

Os brasileiros que estudam pela internet para conquistar um diploma de ensino superior se multiplicaram nos últimos dez anos. Em 2001, apenas 5.359 estudantes estavam matriculados na modalidade de cursos a distância. Uma década depois, as matrículas nesse tipo de graduação aumentaram 170 vezes, chegando a 930.179 segundo o Censo da Educação Superior 2010, divulgado nesta segunda-feira pelo Ministério da Educação.
Apesar do grande crescimento, o ministro da Educação, Fernando Haddad, diz que o número de vagas oferecidas na modalidade poderia ter sido ainda maior. O controle da abertura de novos cursos, segundo ele, impediu a ampliação das matrículas nesse tipo de graduação. Como acontece com os presenciais, as instituições precisam de pré-requisitos – como projeto pedagógico, número mínimo de professores e infraestrutura – para abrir um novo curso. O MEC verifica essas condições para autorizar a abertura de vagas.
“O ensino a distância no País só não cresce mais em função da regulação do MEC. Se liberássemos, esse número duplicaria ou triplicaria, mas não queremos crescimento sem critério e, sim, sustentável”, ressaltou o ministro. Diante do total de matrículas no ensino superior, a modalidade que não exige a presença do aluno em sala de aula todos os dias representa 14,6%. Um crescimento de cinco pontos percentuais em relação ao ano anterior, quando 14,1% dos estudantes faziam cursos a distância no País.
Para quem se dedica a estudar a metodologia, faltam investimentos no setor para garantir qualidade de ensino nesse novo modelo. Consuelo Fernandez, da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), diz que muitas instituições abriram cursos nessa modalidade com a ideia de que a oferta seria mais barata. Um equívoco, segundo ela, que custa caro para os alunos, especialmente, que não recebem boa formação.
“Falta reconhecer que, para fazermos um bom ensino, precisamos de investimento. É um mito a ideia de que a educação a distância é mais barata do que a presencial. Se a instituição investe em softwares, simuladores, capacitação dos professores para que de fato a interatividade com os alunos aconteça, a oferta se torna cara. Precisamos investir mais”, destaca a professora.
A diretora acadêmica e reitora da Universidade Estácio em São Paulo, Susane Garrido, concorda com a representante da Abed. Para ela, ainda é preciso investir na interação e garantir inclusão digital e social. “Ainda estamos nos apropriando das tecnologias para garantir a inclusão digital. Não chegamos ainda na inclusão social, para fazer com que o sujeito que não teria acesso algum a tecnologia e ensino tenha essa oportunidade”, afirma.

O crescimento da educação a distância

O número de estudantes matriculados nos cursos que não exigem presença nas salas de aulas todos os dias cresceu 170 vezes desde 2001.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

USP E O ENSINO A DISTÂNCIA

A USP e o ensino a Distância

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Embora as universidades federais venham há muito tempo expandindo o sistema de educação a distância, só agora a USP - a maior e mais importante instituição de ensino superior do País – vai lançar seu primeiro curso com base nesse modelo pedagógico. Trata-se de uma licenciatura de ciências, que será oferecida aos interessados em geral, mas que foi especialmente concebida para qualificar os professores do ensino básico.
A educação a distância favorece quem reside em locais longínquos e não consegue acompanhar os cursos tradicionais de graduação, que são presenciais.  Ela também beneficia quem decidiu voltar a estudar sem, contudo, precisar comparecer diariamente à universidade. Por isso, o aluno desse tipo de curso tende a ser um pouco mais velho do que os dos cursos universitários tradicionais. O projeto da USP prevê a abertura de 360 vagas, e os docentes da rede pública estadual que conseguirem ser aprovados no processo seletivo, que ficará sob responsabilidade da Fuvest, receberão um bônus do governo estadual.
Do total de aulas, 52% serão a distância e 48% exigirão a presença dos alunos nos campi de São Paulo, Ribeirão Preto, Piracicaba e São Carlos. Dependendo dos resultados, a reitoria poderá expandir essa forma de ensino, que sempre foi muito criticada na instituição. Apesar de a experiência vir apresentando excelentes resultados nas universidades federais, no âmbito da USP permanece a oposição contra ela, que decorre mais de razões ideológicas do que de argumentos técnicos e pedagógicos.
As críticas começaram em outubro de 2008, quando o governador José Serra assinou o decreto que criou a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), envolvendo o Centro Paula Souza, a Fundação Padre Anchieta, a Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap) e a Fapesp, além das três universidades públicas estaduais – a USP, a Unicamp e a Unesp. Inspirada na experiência da Open University, da Inglaterra, da Université Virtuelle em Pays de la Loire, na França, e da Universitat Oberta de Catalunya, na Espanha, a ideia era montar um consórcio acadêmico-tecnológico para ampliar a oferta de cursos gratuitos de graduação, pós-graduação e educação continuada no Estado.
Pelo decreto, a Univesp foi encarregada de definir o projeto acadêmico e a Fapesp, de assegurar o apoio financeiro. As três universidades, o Centro Paula Souza e a Fundap ficaram encarregados de formular os conteúdos dos cursos e produzir o material didático. E a Fundação Padre Anchieta se comprometeu a abrir um canal aberto para a transmissão dos cursos, com programação de 24 horas por dia. Os primeiros cursos foram abertos pela Unesp (em pedagogia) e pelo Centro Paula Souza (em tecnologia de processos gerenciais), sendo destinados ao magistério público e aos professores das Fatecs – as escolas e faculdades técnicas do governo estadual.
No caso da USP, a oposição à experiência partiu de facções de estudantes e servidores ligados a micropartidos da esquerda radical, como o PSTU e o PSOL, e de setores docentes vinculados ao PT. Na greve de 2009 deflagrada pela Adusp e pelo Sintusp, a universidade virtual e o ensino a distância foram duramente criticados. A alegação é de que a Univesp teria sido concebida por Serra para esvaziar a autonomia universitária e que sua expansão comprometeria os padrões de excelência do ensino superior público. Houve, inclusive, quem acusasse o governo estadual de usar o ensino a distância para criar um sistema de qualidade diferenciada, oferecendo educação de segunda categoria para os setores mais carentes da sociedade. E houve ainda quem dissesse que a educação a distância dissocia o ensino da pesquisa e priva os alunos de “convívio democrático” que só os cursos presenciais propiciariam.
Foi com base nesses argumentos “politicamente corretos” e primários que minorias de professores, estudantes e funcionários conseguiram retardar a implantação do ensino a distância na USP. O lançamento do primeiro curso mostra que a instituição finalmente venceu uma resistência obscurantista e de má-fé, que até agora a impedia de pôr em prática a bem-sucedida experiência das universidades federais nesse tipo de ensino.
Fonte: Jornal Estadão 28/03/10

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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

"Pesquisa Estudantes EAD 2010"

ABE-EAD divulga “Pesquisa Estudantes EAD 2010″

Pesquisa ABE-EAD 2010 sobre qualidade dos cursos de graduação a distância
Em meio a um forte processo de supervisão junto as instituições que ofertam cursos de graduação a distância por parte da SEED / MEC que causou bastante confusão na cabeça de alunos e gestores em instituições de todo o país, a ABE-EAD (Associação Brasileira dos Estudantes de Educação a Distancia) pelo segundo ano consecutivo realiza no Brasil uma pesquisa junto aos estudantes de graduação a distância com o objetivo de ouvi-los sobre a qualidade de seus cursos.
Tendo como objetivo expressar o julgamento dos estudantes sobre o que eles acham de seus cursos e como avaliam os processos utilizados pelas instituições que freqüentam para a construção do conhecimento universitário, focamos a abrangência da pesquisa nas instituições privadas que possuem credenciamento para a oferta de graduação a distância, excluindo aquelas que foram descredenciadas até junho de 2010 por força de supervisão do Ministério da Educação.
Iniciamos o processo de captação dos dados utilizando o mesmo questionário elaborado no ano de 2009 que contém 40 (quarenta) questões relacionadas a qualidade dos processos utilizados para a oferta dos cursos de educação a distância e que foi construído com a participação de diversos membros da comunidade de EAD. (segue em anexo questionário)
Foram avaliadas 56 (cinqüenta e seis) instituições que até junho de 2010 tinham turma de graduação em andamento há no mínimo 6 meses independente da quantidade de alunos matriculados ou de seu modelo pedagógico. Os dados referentes as IES pesquisadas foram captados junto ao ministério da educação através da SEED, retirados do Censo EAD e/ou solicitados diretamente as instituições.
Excluímos da pesquisa as instituições que:
  • Ofertam EAD apenas para complementação pedagógica;
  • Ofertam EAD apenas para pós graduação;
  • Não possuíam turmas de graduação a mais de 6 messes até junho de 2010;
  • Haviam sido descredenciadas para a oferta de graduação a distância pelo MEC até junho de 2010;
Ao contrario de 2009 onde abordamos todos os estudantes durante os encontros presenciais nos pólos de apoio, este ano optamos por contatá-los de forma híbrida ora presencial ora por contato telefônico com estudantes já cadastrados em outras atividades da ABE-EAD, sendo as questões exatamente iguais em ambos os casos.
Foram entrevistados 15.012 (quinze mil e doze) estudantes matriculados em 56 (cinqüenta e seis) instituições privadas entre os dias 01 julho e 29 de outubro de 2010 em todos os estados brasileiros. As entrevistas foram estimuladas, ou seja, o pesquisador da ABE-EAD lia as questões e o entrevistado escolhia uma entre as 5 (cinco) opções de resposta.
Devido a grande variação no número de alunos entre as instituições utilizamos um critério para a amostragem da pesquisa:
-          IES com menos de 10.000 (dez mil) alunos, entrevistamos 5% (cinco por cento) dos alunos.
-          IES com mais de 10.000 (dez mil) alunos entrevistamos 500 alunos.
As entrevistas presenciais ocorreram em momentos diversos observado as variadas datas para a realização de encontros presenciais no calendário das instituições sendo intercaladas com as entrevistas por telefone de forma que todas as IES tiveram entrevistados presenciais e por telefone.
A escala de notas dispostas no questionário foi baseada nas utilizadas pelo INEP (Instituto Anísio Teixeira) sendo:
-          1 péssimo;
-          2 ruim;
-          3 satisfatório;
-          4 bom;
-          5 ótimo.
A fórmula utilizada para chegarmos ao resultado de nota geral foi primeiro excluirmos 20 (vinte) entrevistas do total de questionários de cada IES sendo 10 (dez) questionários com as maiores notas e 10 (dez) com as menores notas,  soma – se  as notas ofertadas pelos alunos individualmente, dividi-se pelo número de alunos entrevistados, e novamente dividi-se pelo número de questões (NI + NI) / (NAE) / (NQ)= NG
As notas gerais indicam a qual grupo cada IES ficará novamente na escala de 1 a 5 apresentada anteriormente e para chegarmos a este resultado utilizamos a seguinte escala:
IES com nota geral entre 1 e 1.74 nota final – 1
IES com nota geral entre 1.75 e 2.74 nota final – 2
IES com nota geral entre 2.75 e 3.74 nota final – 3
IES com nota geral entre 3.75 e 4.74 nota final – 4
IES com notas acima de 4.75 nota final – 5
Veja na tabela abaixo as IES pesquisadas e suas notas.
Relação geral das instituições avaliadas
IES                                                            Nota Geral                                     Nota Final
FGV4.915
AIEC4.755
CESUMAR4.704
UNISUL4.694
UNINTER4.684
PUC*4.674
UNIASSELVI4.654
CLARETIANO4.634
METODISTA4.624
COC4.614
UNOPAR4.524
ANHANGUERA4.314
UCDB4.304
FGF4.254
UCB4.214
UNIFACS4.194
CBTA / INED4.174
UVB**4.164
A VEZ DO MESTRE4.144
UNIV. CAXIAS DO SUL4.134
OPET4.114
BRAZ CUBAS4.094
UNIV. CONTESTADO4.084
UNIUBE4.054
UNISINOS4.044
UNIVERSO4.024
SOCIESC3.994
UNISA3.984
UNIARARAS3.954
FAPI3.924
UNAERP3.904
UNIJORGE3.844
UNIFRAN3.834
UNIGRAN3.794
UNIJUÍ3.784
FEAD3.493
UNIP3.383
INSEP3.373
UNINCOR3.343
UNIPAR3.313
UNIS3.223
UNOESC3.203
ESTÁCIO DE SÁ3.123
UNICEUMA3.013
UNIT2.993
UNIVALLE2.913
FACAM2.893
FARES2.863
FAEL2.853
UNITAU2.823
FINOM2.793
FUMEC2.763
UNIMES2.282
FTC2.112
UNICID1.731
ULBRA1.721
* Em razão de terem obtido a mesma nota a PUC (SP) PUC (RJ) e PUC (MG) foram definidas como PUC.
** Foram avaliadas as IES que fazem parte deste consórcio UVB (Universidade Virtual Brasileira) Anhembi Morumbi, Veiga de Almeida, Unimonte, Unama e Universidade Potiguar.
As maiores IES de EAD do Brasil
Partindo da relação geral apresentada anteriormente, selecionamos apenas as IES que tenham mais de 20.000 (vinte mil) alunos de graduação para apresentarmos as 10 melhores entre as maiores IES do Brasil.
IES                                          Nota Geral                             Nota Final
1) UNINTER                             4.68                                          4
2) UNIASSELVI                       4.65                                        4
3) METODISTA                      4.62                                           4
4) COC                                        4.61                                           4
5) UNOPAR                             4.52                                           4
6) ANHANGUERA                4.31                                           4
7) UNIUBE                              4.05                                           4
8) UNISA                                  3.98                                           4
9) UNIP                                     3.38                                           3
10) ESTÁCIO DE SÁ              3.12                                           3
Observações importantes
A ABE-EAD (Associação Brasileira dos Estudantes de Educação a Distância) ao desenvolver esta pesquisa leva em consideração exclusivamente a opinião dos estudantes, suas críticas e elogios aos processos utilizados durante a construção do conhecimento ao longo do curso no qual esta matriculado, sem a preocupação de observar se determinada instituição possui em seu corpo docente mestres e doutores, qual o valor de sua mensalidade, se seu material é ou não incluso no valor da mensalidade ou até mesmo qual é o modelo de EAD que esta ofertando.
Nosso objetivo é dar voz aos estudantes e ajudar na avaliação institucional das instituições contribuindo para a melhoria geral na qualidade dos cursos de EAD ofertados no país.
(Fonte: ABE-EAD)

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Software Hal300 melhora as relações no ensino à distância

Pesquisa da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) analisou como a internet pode ser usada para melhorar a relação entre professor e aluno no ensino individualizado a distância, com o professor adequando o curso ao contexto de vida de cada estudante. Wladimir Pena Camargo, o autor do estudo, concluiu que o docente deve se apropriar das ferramentas tecnológicas disponíveis, pois estas podem possibilitar o diálogo e a troca de conhecimento. Com o método proposto na pesquisa, os alunos recebem um conteúdo adequado ao seu contexto e assim demonstram mais interesse em continuar seus estudos.

Para sua pesquisa, intitulada “Desenvolvimento de um gerenciador de diálogos e conteúdos para aprendizagem individualizada a distância”, Camargo desenvolveu um software chamado Hal300 – CLIQUE AQUI para mais informações -, que está disponível a todos os interessados.
Ele testou as aplicações em dois cursos a distância e observou que o professor consegue gerenciar seu relacionamento individualmente com cada aluno no decorrer do curso. O pesquisador conta que pretendia criar uma uma metodologia de trabalho para operacionalizar o ensino individualizado a distância, especialmente no ensino continuado, isto é, todo o ensino buscado pelo aluno após a conclusão das etapas formais do ensino.
Camargo considera fundamental que se crie um novo papel para o professor tradicional no ensino a distância (EaD), que se traga uma nova ideia de educação onde ele não perca seu papel. Para ele, no EaD é comum que o professor não seja o responsável por elaborar o conteúdo e dialogar diretamente com o aluno. E essa é a ideia que seu projeto tenta combater. “Há um impacto no aprendizado do aluno ao se relacionar diretamente com o professor, em interagir com conteúdos e diálogos providos por uma pessoa e não por algo pré-estabelecido”, diz ele.
O Hal300 foi testado experimentalmente em duas turmas. A primeira foi em um curso de graduação ministrado pelo orientador da pesquisa, Jorge Gustavo da Graça Raffo, cujo tempo de análise foi de cinco meses. Camargo criou ainda um curso de programação PHP para testar seu software, tendo esta sido analisada por cerca de dois meses e meio. O pesquisador diz que o software ainda é experimental e que é necessário algum tipo de apoio para que ele seja hospedado em um servidor de modo a ficar mais acessível como um serviço para o professor.
O Hal300, segundo ele, se encarrega da parte tecnológica para que o professor tenha que se preocupar somente com aquilo que é sua aptidão, que é cuidar do aluno. Em suas palavras, é difícil para um professor olhar individualmente para as necessidades de cada aluno, então o software pretende organizar as atividades que são necessárias para esta individualização”.
AS FERRAMENTAS
Wladimir Camargo destaca o papel dos emails e dos fóruns nesse novo conceito de EaD proposto por ele. Essas tecnologias, que podem ser consideradas antiquadas em tempo de redes sociais, ainda podem ser exploradas. Para ele, o email dá um ar de pessoalidade entre o aluno e o professor, e os fóruns permitem conversas não sincronizadas entre eles. Tendo como alicerce o estímulo do diálogo, essas ferramentas são eficientes, “e quando os alunos se agrupam o professor tem uma visão mais organizada da evolução de cada um”.
O diálogo não-sincronizado (ou assíncrono) não força ninguém a estar presente virtualmente em um determinado tempo, o que permite que o estudante tenha um tempo para reflexão dos conteúdos. “Para poder individualizar o atendimento, é essencial que a comunicação seja assíncrona, até porque a conversa é só uma das etapas do aprendizado”, pensa ele.
O estudo desenvolvido propõe, em suma, uma prática de ensino a distância que não signifique uma ruptura com o ensino tradicional, mas que seja uma ponte entre eles. Nessa proposta, o professor continua com seu papel de mentor intelectual do aluno. “Mas para isso ele precisa receber preparação, é necessário que se pense como operacionalizar isso, para que essa educação não seja massificada e mantenha a percepção do docente, que é sua característica humana”. E já há tecnologias para que isso aconteça no ensino virtual, elas só precisam ser aplicadas.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Teoria e Prática - O Velho Dilema


Os debates entre teoria e prática são infindáveis. Os defensores da prática alegam que a teoria é pouco efetiva, uma vez que sua aplicação é sujeita a condições específicas e particulares. Por outro lado, aqueles que defendem a teoria alegam que os conceitos são as verdadeiras fontes do saber e do conhecimento.
Os argumentos utilizados entre ambos por ensino, aprendizado e conhecimento: numa abordagem mais critica e reflexiva não deve ficar circunscritar apenas  à sala de aula,como único ambiente de aprendizagem  mas contemplar o universo,ou seja  a totalidade,da realidade institucional de ensino, pela comunidade e pela sociedade onde ela esta inserida.
Partindo desta definição e da  trajetória histórica do ensino a distância no Brasil,bem com as dificuldade ainda apresentada   e visualizada,a modalidade ainda enfrenta uma serie de desafios de consolidar na prática a teoria.A pergunta é sempre a mesma: como realizar esta articulação no concreto entre os alunos com ambiente virtual.
Esta questão também vem se constituindo em nossa permanente angústia. Nos gestores, coordenadores e professores temos observado a convergência das tecnologias da informação, a expansão do ensino,a transformação os métodos tradicionais e inovadora de uma nova proposta pedagógica, contudo estamos vivenciando a  dicotomia  entre teoria e prática,sem ainda compreendermos a gênese do ensino a distância e suas relações.
Avaliamos que esta tomada de consciência é tão necessária como o ar que respiramos, para podermos superá-la, transformando as dificuldades e desafios em resposta de acesso  consistente que garantam a autonomia dos alunos,com estratégias capazes de reduzir barreiras de acesso do conhecimento,não só com o objetivo de formação ,mas principalmente ,para permitir o desenvolvimento da competência,conferindo condições laborativas e proporcionando ao ser humano no contexto no social,oportunidades de construção enquanto indivíduo e cidadão. Avaliamos que esta tomada de consciência é tão necessária como o ar que respiramos, para podermos superá-la, transformando as dificuldades e desafios em resposta de acesso consistente que garantam a autonomia dos alunos, com estratégias capazes de reduzir barreiras de acesso do conhecimento, não só com o objetivo de formação, mas principalmente, para permitir o desenvolvimento da competência, conferindo condições laborativas e proporcionando ao ser humano no contexto no social, oportunidades de construção enquanto indivíduo e cidadão.